carta aberta para o meu avô

meu querido Opa!

Por Thiago Heine | Maio de 2014

Após 98 anos e 10 dias, você descansou, meu querido Opa. E, além de ter o privilégio de estar ao seu lado por 28 anos, saber e aprender muito sobre a sua história de vida, ontem pude aprender um pouco mais também nos depoimentos e mensagens de despedida de seus amigos. Que exemplo!

Ano passado, enquanto fazia um intercâmbio na Irlanda, em um dos telefonemas que lhe fiz, você pediu: “Volte para cá, Thiago. estamos com muitas saudades”. Na hora fui tomado por uma emoção e, se pudesse, entraria pelo telefone e sairia do outro lado da linha para te dar um abraço. Pois é, agora é você que está deixando saudades, e estas ficarão para sempre conosco aqui.

Tive a honra de estar ao seu lado, com a mão em seu peito, quando você deu o último suspiro, com a minha mãe ao lado dizendo: "pode ir, paizinho, pode ir", algo que nunca em minha vida esquecerei.

Algumas perguntas surgem na cabeça nestes momentos, mas longe de serem tão emblemáticas e características quanto as suas perguntas a nós nos encontros de família, não é mesmo?

Encerro minha mensagem, parafraseando as suas próprias palavras, imaginando o senhor segurando as minhas mãos e olhando nos meus olhos — como sempre o fazia — dizendo: “da Sua graça e paz vivemos, fique com Deus”.

Um beijo grande e um abraço enorme do seu neto, com saudades, Thiago Heine.

ps: pode ficar tranquilo que cuidaremos muito bem da Oma aqui, sua eterna Iris, companheira de quase 80 anos de vida.