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Enfim, Psicólogo!

  • Foto do escritor: Thiago Tôca
    Thiago Tôca
  • 3 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Por Thiago Heine | Agosto/2009


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Revisitando alguns textos antigos, me deparei com este de recém-formado. Consegui sentir novamente o alívio pela meta alcançada e a ansiedade por um mundo de possibilidades. 

Sempre achei o ato da escrita fundamental para elaboração de pensamentos e sentimentos e, sempre que possível, encorajo as pessoas a fazerem o mesmo. Pode ser em um caderno que ficará escondido na gaveta ou em uma página da internet bloqueada, o que importará é mais profundo do que isso.

"Lembro-me ainda hoje o dia em que recebi a notícia que havia passado no vestibular e ingressaria no curso de Psicologia. Sentado em frente ao computador olhei o meu nome na lista de aprovados. Levantei subitamente e corri para abraçar os meus pais e irmãos. Telefonemas, mensagens pela internet, era tudo motivo para festa.


Em poucos dias o meu cabelo se foi... e os primeiros sinais de uma barba começaram a aparecer. Por mais falha que fosse, isso mostrava maturidade, ou o começo desse caminho.

Muito receio frente ao futuro que me esperava. Muito jovem para uma faculdade. Muito incerto sobre minhas escolhas. Muito de tudo um pouco.

Os resquícios do final da adolescência apareceram em algumas aulas no início do curso, com algumas brincadeiras que, rapidamente notadas, já não cabiam ali. Pela primeira vez, senti pessoas parecidas comigo, tanto quanto a visão de mundo como quanto a visão de ser humano.

Mudei. Moldei-me. Apresentei-me a mim mesmo.

De grupos eu fiz parte. De conflitos eu fiz parte. De aprendizado eu fiz parte. De amizades eu fiz parte. De um passado eu fiz parte.

Conflitos existenciais tomaram conta da minha cabeça.

Aos poucos deixei aquele antigo e imaturo sujeito para trás, proporcionando um novo caminho a se trilhar para aquele "eu" ainda obscuro. Porém, sou o que sou hoje, por já ter sido diferente, não é mesmo?




Senti raiva do mundo. Senti pena do ser humano. Deixei os sentimentos me tomarem.


Aprendi que não posso ajudar quem não quer ser ajudado. Aprendi, por meio de alfinetes, que existem diversas partes com variados nomes bizarros dentro de nossas cabeças, mais especificamente no cérebro. Eram avaliações divertidas.

Me desesperei ao perceber que o final da faculdade se aproximava e que estaria solto no mundo em breve. Uma instituição nos proporciona uma segurança simbólica incrível.


Reuni-me com meus amigos, desfrutando e compartilhando ensinamentos, além de boas risadas, seja na faculdade ou fora dela. Não era suficiente passar horas estudando com o pessoal, qualquer rolê estávamos juntos novamente.


Realizei e apresentei o tão temido e falado Trabalho de Conclusão de Curso (TGI no meu caso). Suei, tremi, consegui.

Especialize-me em algumas áreas, dentro de meus estágios obrigatórios no último ano. Suguei o que podia, dei "surra nos livros", e fui convidado para expor meu caso no último evento como aluno da faculdade. Que responsa!


Acredito que não poderia haver melhor jeito de terminar a faculdade. Foi com chave de ouro. Não apenas pela apresentação ter dado certo, mas por ter minha família ao meu lado, e as pessoas que me moldaram como PSICÓLOGO ao longo desses cinco anos, meus colegas de profissão, meus amigos!

Desejei voltar atrás e começar a faculdade novamente, porém com a cabeça que hoje tenho.

Colação de grau e festa de formatura para nos coroar e nos conceder uma nova identidade dentro de nossa sociedade. Agora sim, podemos tirar o tão aguardado C.R.P., parece surreal.


As saudades se fazem presente. Um filme passa em minha cabeça. Um sentimento de vazio parece que ocupa um lugar dentro de mim. Contudo, também uma sensação de dever cumprido. Uma sensação confortante. Um novo ser.


Como disse o meu tio, fico feliz por fazer parte de uma profissão que visa aliviar o sofrimento humano que é cada vez maior e difícil...

Enfim, Psicólogo!"

 
 
 

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